Envelheço por fora e pelo avesso,
começo a ser o que pareço.
Envelheço no colo de uma bicicleta,
e, no ventro da noite adormeço.
Passeio como em sonhos pelas línguas que falo,
pelas outras tanto me calo;
são muitos os silêncios que conheço e as memórias
de lugaresa que não esqueço, envelheço...
Sobre o girar de duas rodas me equilibro e
vibro por estar vivo, nem sempre em equilibrio
com tudo e comigo.
Mas meu coração segue batendo...
O negro em seus cabelos já começa a estancar
mas o meu sangue ainda é vermelho,
e, pelas vias das minhas veias vai seguindo o seu ciclo.
Eu vou de mãos dadas ou não, como um equilibrista
sobre uma corda esticada em alta tensão,
e nenhuma rede entre mim e o chão.
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